8/24/2009

carta a deus

Objectivos. Estipulo-os, moldo-os, concretizo-os. Faço por atingir metas e dou-me razões para dar mais um passo a cada dia, a cada hora, a cada minuto. Dou-me motivos para saber que vale a pena abrir os olhos e ver o mundo (a pouco e pouco) aos meus pés.
Posso dizer que acredito. Acredito neles, nos meus objectivos.



Sentimentos. Muitos passam por mim. Uns passam pela cabeça, outros pelo coração.
A seu tempo existem em todo o meu corpo. Vão criando um equilíbrio em mim mesma que me permite ser humana.

Como a maior parte, pelo menos, luto pelo bem e pelo bom. Aquela palavra com que me derreto: ser doce.


Tenho medo de falar no amor. Já tentei. Não consigo saber. Tanto creio que não há ninguém capaz de me aturar a todos os meus capric
hos e manias como também não quero ficar sozinha. E isso faz-me sentir fraca ou inferior, porque é um desejo comum a todos. E como todos, eu tento disfarçar.

Sou mais uma super-mulher que tenta mostrar a confiança e a força que não tem em si.

Murmuro em voz alta não para fazer os outros acreditar mas para eu própria acreditar.

No fundo, acho que acredito nos sentimentos. Porque não? Há-de trazer algum bem a este planeta (ou assim o espero...).



Agora, deus?
Não há provas de nada. Não vou acreditar numa força sobrenatural, invisível aos olhos, que não me responde... eu sou mortal e Deus não é.
É como misturar azeite e água.
Mas o acreditar já por si só é transcendente a mim... E o sentir não é racional e no entanto ambos fazem parte de mim... e isso já me faz um bocadinho mais divinal.


Já estamos a chegar a algum lado.




Milhões de pessoas se movem para o lado da religião. Missas e cânticos e Orações.
Eu go
sto de cantar, seja que música for. E gosto de sentir e gosto de acreditar! Mas não acredito no deus dos outros.
Para mim não faz sentido a letra maiúscula nem o adorar. Adoro uma pessoa incondicionalmente mas não tenho de gostar dela a todos os segundos.



No entanto, no que acredito, para mim, o sentir e o amar e o sonhar e o fazer e o conseguir e o começar e o concretizar e o realizar e o compreender... é o meu deus. E não é igual aos outros.

Para começar, é meu. Só meu.


Haverão pessoas com um deus igual ao meu mas cada um tem o seu. Cada um tem os seus ideais e morais e éticas.

Não dá para agradar massas! Como é que é suposto toda a gente adorar o mesmo Deus se Deus não pode agradar gregos e romanos???

Cada um tem o seu deus para que possa ser ajudado, acompanhado e guiado a todo o tempo.

Deus não é omnipresente nem omnipotente. Deus existe para cada um de nós e ajuda-nos conforme quem nós somos.


És algo criado por mim, apenas para mim. Um presente. Uma presença. Uma companhia. Para todas as alturas de alregria ou tristeza, para me dizer que existo.


Mas se deus é divinal e eu uma mortal a caminho do divinal, então, dedico esta carta a ti, meu deus, quem tornarei mortal para não te sentires só.

Quer dizer, vês-me lado a lado sem eu te poder ver? é uma profissão bem ingrata.


Por isso, com esta carta, te torno real.

Um dia ver-te-ei. E sorrirei. E direi: Não só acredito como já vi deus. O meu deus. O meu urso polar, como sempre falei a toda a gente.

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